Não é fácil. A nossa ceguera é seletiva; não é que não queiramos ver, apenas nos desacostumamos pelo muito costume - um contra-senso em termos. A flor está lá, a árvore com sua sombra, o pássaro a cantar. Nada diferente. Sempre estiveram lá e, parece, sempre estarão. Qual a vantagem de termos um sol e uma lua em todos os dias? Eles não estão lá desde o início dos tempos? Acordar, levantar, caminhar, tudo rotina, nada nos é dado como vantagem, a saúde não é dádiva, já faz parte do pacote - que ninguém comprou, que ninguém pagou por ele.
E assim eu sigo, tentando remover os véus que cobrem o meu olhar, esse meu pequeno olhar, esse olhar que não vê quase nada... mas que, mesmo assim, é mais uma dádiva.
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