Eu já ouvi conselhos do tipo "você se preocupa muito com o estado, viva a sua vida, faça por você mesmo e esqueça do estado". Vou contar um segredinho e dizer qual é a diferença das posturas: se eu vivo como cidadão que cumpre suas obrigações, pago todos os meus impostos (grifo meu e importante!), eu tenho direito de exigir a contrapartida em serviços do estado que eu ajudo a financiar. Agora, se eu vivo no "meu estado", onde não cumpro com minhas obrigações, não devo me importar em ficar cobrando os direitos".
Qual das posturas você acha a mais correta? Depois, tem uma outra coisa, cada um, cada um, mas eu fui criado dentro de um outro sistema, não sei ficar com o que não é meu, não tenho a "cara de pau necessária", sabe como é? Mesmo que eu queira, eu não consigo, é uma questão de falta de jeito para a coisa, para ser ladrão é preciso ter uma aptidão que eu não tenho.
Estou falando do que não existe? Num programa Manhatan Connection, em cadeia nacional, o jornalista Diogo Mainardi afirmou em alto e bom som que "sonegar imposto no Brasil é um dever cívico". Exatamente, não é uma necessidade, ou uma fuga, ou seja lá o que for, já é um dever de cidadania, todos devem. Desculpem-me, até porque fica a impressão de que quero me exaltar e não é esse o propósito, já tenho dito que eu até gostaria (ou deveria, pois vivo muito mal e pago muito imposto para quem ganha pouco, pago mais de 20.000 anuais de imposto de renda e ando num Uno 1993), mas infelizmente não consigo.
Como eu disse, é questão de formação, não levo jeito para a coisa. O que eu acho pior é que no cálculo do imposto já deve estar incluído um percentual - que não deve ser pouco! - para cobrir o que cada um sonega, ou o que o próprio declarante sonega. Algo do tipo: "como ele vai declarar a menos mesmo, então nós colocamos a mais aqui para compensar..." Se houver essa compensação estou ferrado, pago tudo, cada tostão devido. Fazer o o quê? Cada um, cada um...
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