Thursday, May 11, 2006

Crônica triste

Venho agora de um blog de um amigo onde li uma crônica triste. Uma crônica escrita na perfeição daquilo que é possível exigir de uma crônica bem escrita. Uma crônica triste. Esse meu amigo é um escritor de mão cheia, competente escritor, por gosto e ofício. Um jornalista que, não precisava ter, posto que nem todos o têm, mas é ele têm um autêntico amor pelas letras. A tristeza da sua crônica, que permeia linhas e entrelinhas, está no fato de, sendo ela linda, sendo perfeita, num contra-senso, isso a torna mais triste ainda.

Essa crônica triste desse meu amigo fala da sua tristeza ante o desemprego, ante a impossibilidade de fazer aquilo que ama. Ante a impossibilidade de manter aqueles que ama. Perdeu se emprego, mas não perdeu a sua qualidade, nem seu dom, nem seus dotes. Quem já passou por isso sabe o que significa essa verdadeira castração da capacidade, da personalidade, da cidadania, da civilidade, sabe o que é buscar um resgate sem nada mais poder fazer do que esperar.

Esse é um mundo injusto. Um mundo onde nobres de espírito vagueiam perdidos entre metalúrgicos travestidos de governantes, que cometem os maiores desmandos, enquanto desempenham com habilidade os seus cargos, baseando-se nos conhecimentos adquiridos nos manuais de operação dos tornos e fresas das escolas técnicas.

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