Wednesday, June 07, 2006

O Código Falso

Li o livro de Dan Brown com atenção e fiz a minha análise. Literáriamente é um livro fraco e com uma história só razoável. Há que se abstrair a propaganda, o excesso de exposição da mídia, retirar o lado "seller" e ver se subsiste o lado best, que para mim não se mantém. Já havia lido "Anjos e Demônios" do mesmo autor e, para não dizer que tenho preconceito com ele, achei um livro bem melhor do que este "Código Da Vinci".

Além disso, acho que peca (termo adequado pelo tema tratado!) ao ficcionar com a bibliografia de alguém real. Independentemente de ser Cristo, poderia ser Buda, Napoleão, meu avô, a pessoa não interessa, não acho justo que se ficcione com a história da vida de alguém. Li uma piada que diz bem do que eu penso: "Numa universidade um aluno afirma, - Mesmo que seja uma ficção, acho interessante essa possibilidade levantada pelo Código Da Vinci. Ao que um colega retruca: - Mesmo que seja uma ficção, acho interessante imaginar que a tua mãe seja uma vadia".

Esse é o problema de ficcionar com personagens reais, ofende a história, atinge a vida de alguém real, não se trata de um personagem criado. Não acho uma possibilidade artística válida, nem um exercício de liberdade porque fere os direitos de outrem - e a minha liberdade termina quando começa a do outro! Dentro da mesma linha, só para reforçar onde está o erro, eu não gostaria que alguém lançasse uma ficção onde retratasse o meu avô como um ladrão, ou a minha avó como uma vadia. E quando eu fosse reclamar pela honra ofendida dos familiares, esse alguém diria: - Não te incomode que isso é só uma ficção! Percebem?

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