Empates

No último post eu falei em perdas, seria de se esperar que, nesse, falasse em ganhos, formando assim o par de nomes que identifica esse blog: perdas & ganhos. Vou ser do contra, ou vou fazer diferente, não falarei - ao menos nesse post subseqüente - nos ganhos, mas nos empates. Sim, neles, nos empates, o consagrado resultado quando não há ganhadores nem perdedores. A palavra é empregada normalmente com uma conotação pejorativa, quem ainda não ouviu a frase: "você está empatando a minha vida!"

Nesse sentido, o termo empatar empresta um significado de atrasar, de não permitir que algo ou alguém deslanche, de não resolver, não apresentar uma solução. Aparentemente, a julgar pelo ditado, qualquer outra solução seria preferível ao empate. Mas será isso realmente uma verdade? Seria preferível uma derrota a um empate? Talvez, muitos dizem que a preferência pela derrota se justifica porque ela decide a questão, e permite que se "parta para outra", ou seja, abra a possibilidade para uma futura vitória.

Não é que a derrota seja a solução pretendida, mas ela abre a possibilidade para uma futura vitória! E eis porque a opção por ela. Estamos falando, é claro, em termos sentimentais, em relacionamentos. Quando os assuntos são outros, a coisa muda de figura, em eventos esportivos, apostas a dinheiro, etc, o empate não é um mau resultado.

Conheço várias pessoas que levam a vida no empate. Não f... e não saem de cima, com a perdão da expressão chula, mas é a que mais corretamente expressa o que eu quero dizer. E estes empatadores da vida alheia agem assim porque, mesmo sabendo que nunca irão ganhar, preferem igualmente nunca perder - e perdem, embora se iludam achando que não. Agindo assim, quase sempre arruinam as suas vidas e, infelizmente, as vidas de quem lhes é parceiro...